O reino de Deus
Mas, buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
O que é o reino de Deus?
Se lhe pedissem para explicar o reino dos céus e ou reino de Deus, o que você diria? A maioria de nós acharia mais fácil dizer o que não é o reino do que dizer o que ele realmente é. Alguns simplificariam demais a matéria, dizendo apenas que o reino é a igreja ou o próprio céu. No entanto, o assunto merece uma explicação bem mais completa e é isso que vou tentar fazer a partir de agora. Mas por que devemos estudar sobre este tema? Não bastaria apenas o estudo a respeito da salvação, céu, inferno, batismo com o Espírito Santo ou dízimo? Todos estes temas são importantes, mas não o mais importante do ministério de Jesus. A importância deste assunto pode ser percebida pelo fato do Novo Testamento conter mais de 100 referências ao reino. Jesus passou os três anos e meio de seu ministério “pregando o evangelho do reino”. Tudo o que Ele disse e fez durante esse período de sua vida estava relacionado com o reino. Mesmo depois de sua ressureição Ele continuou ensinando sobre o reino nos quarenta dias antes de sua ascensão, daí se percebe o quanto foi importante nos ensinos de Jesus esse tema. Obviamente que esta matéria da bíblia contém diversos desdobramentos o que dificulta um pouco a compreensão deste que é o principal tema da bíblia e que é bastante reforçado no novo testamento por Jesus e os apóstolos em suas epístolas. Bem, e o que é o reino de Deus? O Reino, basileia, significa monarquia, império, poder real, domínio. Portanto, o governo do céu chegou à terra. Mas o reino celestial não é como os reinos mundanos. O governo de Deus se dirige ao coração (intelecto) do homem. Deus governa seu povo em seu Filho pela persuasão espiritual e moral que é dada através de escritos sagrados: a Bíblia. Portanto todas as vezes que você ler a palavra reino de Deus ou reino dos céus lembre-se que a bíblia está falando de governo. O texto bíblico usado no início desta reflexão encontra-se no evangelho segundo São Mateus. No seu sexto capítulo e no versículo 33, depois de apresentar uma série de contrapontos entre a forma de vida do governo humano, e de como seria a vida no reino, Ele fecha todo um raciocínio com as palavras do versículo 33 dizendo: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Ele nos manda priorizar, colocar antes de tudo, o reino de Deus e a sua justiça e conclui chamando de “acréscimo” todas as demais coisas, mas garante que elas não faltarão se obedecermos a este mandamento fundamental para quem deseja viver no seu reino. Muitas pessoas tem tentado entender este assunto bíblico, basta uma simples pesquisa em qualquer mecanismo de busca da internet e perceberemos isso, são mais de 630 mil resultados para esta pesquisa, fato que nos deixa alegres, mas também com certa preocupação já que grande parte destes “estudos bíblicos” não retrata a realidade do que realmente Jesus quis ensinar sobre o seu reino.
Acredito que todo ensino sobre este assunto, deve partir de um princípio que acredito ser ignorado por grande parte dos estudiosos da palavra de Deus. Jesus declara em Mateus capítulo treze e versículo onze que aos discípulos foi dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas que aos outros isso não foi concedido, assim sendo, é fácil concluir que o Reino de Deus pertence a uma esfera maior de entendimento e isso acaba por explicar o motivo pelo qual a maioria das pessoas não entende, pois buscam uma compreensão exegética do assunto e acabam por ignorar a necessidade de uma revelação dada pelo Espírito Santo e não por homens. A verdade é que este reino se encontra no mesmo nível de mistério que a revelação messiânica de Jesus. Quando Jesus pergunta a seus discípulos sobre quem Ele seria, a resposta dada por Pedro embora tenha surpreendido os outros e inclusive o próprio Pedro, não surpreendeu o messias que de imediato pediu para que Pedro não se exaltasse já que a conclusão que ele acabara de ter embora tenha saído dos seus lábios não pertencia, a ele, antes era resultado da revelação que o Pai tinha lhe dado. Em outra ocasião, não muito distante da realidade do reino, Jesus agradece ao Pai por ele ter ocultado esse conhecimento dos sábios e entendidos e os revelado aos simples de coração. Isso se deve, acredito, não por uma preferência divina, mas por um motivo óbvio, os homens mais sábios ricos e poderosos não conseguem entender verdades tão simples como as que Jesus ensinava. O profeta havia dito: Vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada. Pois a mente deste povo está fechada: Eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Se eles não tivessem feito isso eles se voltariam para mim e eu os curaria. Nicodemos por exemplo foi à procura de Jesus para tentar entender alguma coisa e Jesus foi bastante objetivo com ele e disse: Se você não nascer novamente você não poderá ver o reino de Deus, essa preleção do carpinteiro deixou o mestre de Israel confuso e claro entendeu tudo errado. A simplicidade das verdades ditas por Jesus acaba por se tornarem uma realidade distante para quem não consegue abrir mão de sua sabedoria. Basta ver quem foram os escolhidos de Jesus para serem os primeiros habitantes do reino, não eram homens doutos, ricos, nem mesmo eram homens de boa fama, isso se deve ao fato de que o coração de homens com essas “qualificações” não são um bom terreno para a semente do reino ser plantada, em alguns casos elas até chegam a crescer, mas são sufocadas pela preocupações da vida e acabam por não produzirem frutos.
O fato é que o reino de Deus não é deste mundo como o próprio rei afirmou a
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